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terça-feira, 23 de novembro de 2010

(500) Dias Com Ela

Despretensioso, simples e encantador. Posso estar exagerando, mas (500) Dias com Ela, para mim, é um dos grandes filmes de romance da década. Uma produção independente, um diretor estreante no cinema, baixo orçamento e um roteiro formidável, simples e encantador. Faz tempo que um filme do gênero não consegue ser tão marcante, tão agradável e deliciosamente cruel. Talvez desde “Antes do Amanhecer” não vejo um romance que me deixe tão paralisado.

O diretor Marc Webb, conhecido como diretor de videoclipes faz sua estréia no cinema em bom estilo, subvertendo a questão de gêneros e a concepção do amor, uma vez que o assunto é tratado através de uma ótica masculina.

A trama não é necessariamente uma história romântica: Summer veio de Michigam a procura de um emprego em Nova York, descolada, simpática e independente, logo chama a atenção de Tom um nerd que trabalha numa empresa de confecções de cartões comemorativos e que acredita que Summer é a sua alma gêmea. Eles se apaixonam, ou melhor, Tom se apaixonada por Summer, 500 dias se passam na relação e é revelado como uma relação pode ser imprevisível, insuperável, doloroso e muito divertido.

A dupla de atores (Joseph Gordon-levitt e Zooey Deschanel) esbanja química em 95 minutos de filme. Com muita versatilidade e super bem à vontade no papel, não tem como imaginar outra casal de atores para o papel de Tom e Summer.

O roteiro passeia em genialidade. Desde o inicio ele nos prepara para um filme diferente e avisa que “não é uma história de amor com o final feliz”. Não espere um filme em que o mocinho vai atrás do ladrão que roubou a bolsa da mocinha. Uma das melhores cenas do filme “Realidade/Expectativa” explica de forma verossímil e criativa algumas situações que com certeza já podemos vivenciar.

Marc Webb encontrou uma maneira inteligente e verdadeira pra contar uma divertida história que não mão de outros poderia tornar bastante comum. O filme tem referência de Woddy Allen em “Noivo Nervoso, Noiva Neurótica” e possui uma trilha sonora de muito bom gosto e inserida nas horas mais apropriadas possíveis. Uma visão verdadeira e trágica do amor. Um filme para ver sem expectativa. Sinta o filme, reflita ,delicie-se. Uma verdadeira lição de que relacionamentos precisam ser finalizados e a atitude de encerrar às vezes é muito sábia.

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