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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Réquiem Para Um Sonho


Extraordinário. É como eu devo começar falando de “Réquiem para um Sonho”. O segundo filme do diretor de “Pi”, Darren Aronofky, acompanha quatro personagens, Harry (Jared Leto), sua mãe (Ellen Burtsyn,), sua namorada (Jenifer Connely, linda como sempre) e seu melhor amigo (Marlon Wayans), pelo mudo pesado e sombrio das drogas, um caminho sem redenção nem piedade. Os quatros no ínicio do filme estão cheio de energia, com sonhos e objetivos para serem realizados. Porém à medida que cada uma vai entrando de cabeça no seu próprio vício, os sonhos vão morrendo lentamente.

É notória a semelhança visual de “Réquiem Para Um Sonho” com outro ótimo filme Cult da década de 90, “Transpotting”, de Danny Boyle. O filme inteiro é rodado através da ótica subjetiva dos viciados. As idéias inteligentes, o uso de um realismo fantástico, extremamente subjetivo e com muito estilo são as razões principais para assistir o filme imediatamente.

Apesar de ter adorado o filme, admito que “Réquiem” é um filme difícil de assistir. Com cenas fortes bastante indigestas, lembro muito bem que fiquei com uma terrível sensação de angústia da qual nenhum outro filme me proporcionou. Isso se deve a condução do filme movida de forma angustiante, por uma trilha sonora para lá de delirante. As seqüências finais de loucura provocadas pelas drogas estão entre as cenas mais assustadoras que já vi no cinema. Outro ponto forte é que o filme não quer dar lição de moral e ensinar nada a ninguém, apenas é lançado na tela de uma forma aterrorizante dos efeitos que a droga pode causar.

Com grandes atuações principalmente, a de Ellen Burstyn - ela ter perdido o Oscar para Julia Roberts em Erin Brokovich é uma piada – é o grande retrato do lado frágil e patético do ser humano, incapaz de controlar sua queda, “Réquiem Para Um Sonho” tem um efeito devastador e incomodo. Por essas razões se tornou um dos filmes mais originais e indispensáveis do cinema moderno.

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